Delegacias da Capital voltam a ficar superlotadasUnidades de Polícia Civil da Capital e Região Metropolitana abrigam hoje 775 presos. Mesmo problema havia sido registrado no início do ano passado, antes da inauguração da CPPL IV
Um ano após a inauguração da Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) IV, em Itaitinga, está de volta o problema da superlotação das delegacias de Fortaleza e Região Metropolitana. Na manhã de ontem, as unidades de Polícia Civil cearenses abrigavam 775 presos. Desses, 583 estão sendo mantidos nas delegacias distritais e metropolitanas. Já os 192 restantes estão
encarcerados nos xadrezes de unidades especializadas, como a Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), segundo informações do Departamento de Polícia Metropolitana (DPM). O volume extrapola a capacidade máxima das delegacias, que é de aproximadamente 300 presos, no total.
A situação é semelhante à vivenciada no primeiro trimestre de 2013, quando as unidades de polícia chegaram a abrigar 889 presos, conforme O POVO publicou no dia 13 de março do ano passado. Naquela época, o problema só foi amenizado após a inauguração da CPPL IV, que desafogou as unidades ao receber a nova população carcerária. De lá para cá, todas as 956 vagas da penitenciária foram sendo ocupadas. Por sua vez, as delegacias voltaram a ficar superlotadas, prejudicando o trabalho de investigação dos inspetores, que ficam responsáveis pela guarda e manutenção dos presos.
“A situação este mês está um pouco melhor. Nas semanas anteriores, chegamos a ter cerca de 850 presos nas nossas delegacias. Mas esse número vem crescendo e deve aumentar ainda mais por conta do volume de prisões, que está cada vez maior”, afirmou o diretor do DPM, delegado Jairo Pequeno. De acordo com o delegado, semanalmente, a Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) disponibiliza cerca de 120 vagas nos presídios. O numero, porém, não é suficiente para a demanda de presos.
Segundo o Código Penal, quando preso em flagrante, o indivíduo só poderá ser mantido em delegacias por um período de 10 dias, prazo suficiente para que o inquérito seja instaurado. Após esse período, os presos devem ser transferido para a Delegacia de Capturas, no Centro, de onde são recambiado para casas de custódias do Estado.
Na madrugada da última sexta-feira, 13 detentos fugiram da CPPL II, em Itaitinga. Até ontem, dois deles ainda estavam foragidos. Um deles é Réris Silva dos Santos, 21, preso acusado da morte do padre Elvis Marcelino de Lima, assassinado após reagir a um assalto, em julho de 2013, na Praia de Iracema.

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