Do Grupo Edson Queiroz, a Fazenda
Teotônio, no município de Madalena, possui um plantel de 1.500 vacas de
alta linhagem para produção de leite
De acordo com o superintendente
agropecuário do Grupo Edson Queiroz, Henrique Braga, o Guzolando está em
plena expansão em todas as regiões do Brasil, sendo mais numerosa na
região Sudeste. “Segundo a Associação Brasileira de Criadores de Zebu
(ABCZ), existem 46 criadores ativos que registram Guzolando no Brasil,
cujas propriedades estão localizadas nos Estados de Minas Gerais, São
Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Goiás, Tocantins, Mato Grosso do
Sul, Bahia, Ceará, Pernambuco e Paraíba”.
Na região Nordeste, já se mostra
importante, notadamente na Fazenda Teotônio, localizada no município de
Madalena, onde alcança a média diária de produção de leite de 30kg por
vaca, com teores de proteína de 3,50% e gordura de 4,33% , em regime de
criação extensivo.
“A Fazenda Teotônio possui 1.500 vacas Guzolando com graus de sangue
variados, mas as mais produtivas são as que possuem grau de sangue até
3/4 de Holandês e 1/4 de grau de sangue Guzerá. Para isto, são
selecionadas as melhores matrizes 1/2 sangue que doarão oócitos para
fecundação ´in vitro´ com sêmem de touro Holandês, gerando, assim,
embriões Guzolando 3/4 para serem implantados em úteros de matrizes fora
deste padrão”, explica Henrique.Ele diz que, além da renda da produção de leite, venda de novilhas e dos animais terminados para abate, a Fazenda Teotônio disponibiliza para venda, tourinhos Guzolando, filhos de animais de alta produção.
De acordo com o médico veterinário da Unidade Agropecuária do Grupo Edson Queiroz, Francisco Barbosa, os Controles de Genealogias e os Registros Genealógicos do Guzolando são feitos por técnicos da ABCZ, a entidade credenciada pelo Ministério da Agricultura para fazer o trabalho. Na sua aparência geral, estes animais, no cruzamento de sangues 1/2, 1/4, 3/4 e 5/8, apresentam porte médio a grande e um temperamento vivo, porém dócil.
Também são disponibilizados para venda, tourinhos do cruzamento, filhos de animais de alta produção. A alta pigmentação da pele, preferencialmente na cor preta, permite melhor adaptação ao clima quente e com alta incidência de sol do semiárido
Nas fêmeas, as formas tradicionais de
cunha mostram-se muito evidentes, e são elegantes e femininas. Nos
machos acentua-se mais a musculatura, pela condição hormonal masculina,
mas também pela exploração da dupla aptidão. As pelagens podem ser
pretas, pretas com tonalidades avermelhadas, castanhas, acinzentadas,
chegando até às vermelhas, com as particularidades como estrelas,
bragada, gargantilha, pintada e ainda vassoura branca. Francisco Barbosa
observa que o cruzamento do Guzerá com o Holandês trouxe grandes
vantagens para a bovinocultura. “O Guzolando herdou da raça Holandesa a
sua principal característica, que é a alta produção de leite, em cima de
uma estrutura forte e equilibrada advinda da raça Guzerá leiteira, que
na sua apropriada mansidão produz leite de alto teor de sólidos, e muita
carne, pelo seu porte avantajado. Tudo isso em cima de aprumos
naturalmente corretos e cascos fortes que permitem os deslocamentos
constantes à procura de alimentos”, afirma ele.
Outra grande vantagem, conforme destaca,
é o animal apresentar ligamentos de úbere fortes que garantem uma
longevidade produtiva. Por ser rústico e resistente ao carrapato, este
gado dispensa a utilização de tantas medidas de conforto e de
medicamentos como antibióticos, favorecendo assim a produção orgânica e
lucros para o criador.
O diretor da Faculdade de Veterinária,
da Universidade Estadual do Ceará (Favet-Uece), Célio Pires, também
professor da área de Bovinocultura, confirma as vantagens do Guzolando.
“Este bovino foi concebido para ter dupla aptidão (carne e leite). No
entanto, a moderna seleção está direcionando esse cruzamento para a
aptidão leiteira, procurando cada vez mais utilizar indivíduos da raça
Guzerá com maior tendência à produção de leite”.
Segundo destaca, o primeiro registro de
entrada de zebuínos no Brasil foi em 1813, quando um casal de bovinos,
oriundo da costa do Malabar na Índia foi desembarcado no porto de
Salvador. “Desde a sua entrada no Brasil, o gado Zebu tem sido usado em
vários cruzamentos. No entanto, a raça Guzerá é a que apresenta maior
destaque nos cruzamentos com as raças europeias leiteiras criadas no
Brasil, destacando-se o Holandês Vermelho e Branco, o Holandês Preto e
Branco, o Pardo-Suíço, o Red-Poli, onde foram formadas as raças
sintéticas (5/8 Europeu + 3/8 Zebu) Maquiné, Guzolando, Lavinia e
Pitangueira”, diz.
Mesmo assim, observa que nunca houve
maior interesse em registrar essas raças. Somente no ano de 1989 foi
aprovado o Regulamento para formação do Guzolando. A sede do novo
cruzamento foi estabelecida em Brasília mas teve pouca atuação. Depois
de um período sem muito crescimento, em 1998, decidiu-se pela
transferência da sede para a Associação dos Criadores de Guzerá do
Brasil (ACGB), em Uberaba (MG).
Outra grande vantagem do Guzolando é a
excelente adaptabilidade à região semiárida. “Uma das principais
características da boa adaptação dos animais ao clima quente e alta
incidência de raios solares é a pigmentação da pele, ou seja, quanto
mais pigmentada, preferencialmente preta, for a pele, mais adaptado é o
animal”, assegura.
Combinação
“O Guzolando combina as vantagens do Guzerá e Holandês, sendo de grande rusticidade e alta produtividade”
Henrique Braga
Sup. Agropec. do Grupo Edson Queiroz
“Entre os zebuínos, o Guzerá é o que apresenta melhor adaptação ao semiárido, vantagem passada ao Guzolando”Henrique Braga
Sup. Agropec. do Grupo Edson Queiroz

Nenhum comentário:
Postar um comentário