Programa de documentação do MDA dá acesso à cidadania a 1 milhão de trabalhadoras rurais
Mais de dois milhões de documentos emitidos e um milhão de trabalhadoras rurais beneficiadas. O Programa Nacional de Documentação da Trabalhadora Rural (PNDTR) comemora, nesta sexta-feira (21), mais do que esses resultados, a promoção da cidadania no campo.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), 15% da população brasileira, o
equivalente a 30 milhões de pessoas, vivem no meio rural. Desse
montante, quase 50% são mulheres que, nos últimos anos, contaram com
mais de quatro mil mutirões de documentação do programa do Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA). Apenas este ano, mais de 68 mil mulheres
receberam gratuitamente documentos civis, jurídicos e atendimentos
previdenciários.
Ao todo, 4.405 mil municípios brasileiros já
receberam os mutirões de documentação. Para a coordenadora do programa,
Isolda Dantas, um milhão de mulheres rurais com acesso aos documentos de
identificação significa que o ministério está contribuindo para
melhoria da vida das mulheres no campo. “Isso é muito importante, elas
passam a ser visíveis perante o Estado e a acessar políticas públicas. É
relevante um programa alcançar um milhão de beneficiárias. É o MDA
chegando ao meio rural e contribuindo para que o campo seja um lugar
para que se possa viver bem e feliz”, destaca.
Identidade
A trabalhadora rural Nilda Claudinéia da Silva Pereira, 45 anos, moradora do Assentamento Dona Hilda, zona rural do município Montevidiu do Norte, em Goiás, é divorciada, e tem três filhos. Ela participou este ano do mutirão do PNDTR e tirou a segunda via da carteira de identidade. Nilda conta que tirar este documento foi muito importante, pois, agora, ela poderá voltar a usar seu nome de solteira e regularizar a situação com o atual marido, com quem mora, de maneira ainda não oficial.
A trabalhadora rural Nilda Claudinéia da Silva Pereira, 45 anos, moradora do Assentamento Dona Hilda, zona rural do município Montevidiu do Norte, em Goiás, é divorciada, e tem três filhos. Ela participou este ano do mutirão do PNDTR e tirou a segunda via da carteira de identidade. Nilda conta que tirar este documento foi muito importante, pois, agora, ela poderá voltar a usar seu nome de solteira e regularizar a situação com o atual marido, com quem mora, de maneira ainda não oficial.
Até então, em sua identidade constava seu nome de
casada, que não havia sido mudado desde o divórcio. "O mutirão me ajudou
demais. Foi importante porque eu não tinha condições de ir até a cidade
para emitir um novo documento. Agora vou usar meu nome de solteira e
posso ate casar novamente", comemora.
A trabalhadora também conta que aprendeu bastante no
mutirão e tirou muitas dúvidas sobre como fazer para, no futuro, poder
comercializar o queijo, o milho e a cana-de-açúcar que produz para sua
subsistência. "Fiquei sabendo que o governo pode comprar a nossa
produção. Isso dá motivo para a gente se unir com as companheiras para
produzir mais e melhorar de vida", conclui.
Segundo Isolda, essa história demonstra que a demanda
dos movimentos sociais por acesso à cidadania no campo foi atendida
pelo MDA. “O maior impacto que esse programa tem causado na vida das
mulheres é fazer com que elas se tornem cidadãs visíveis e aptas a
acessarem as políticas públicas”, enfatiza a coordenadora.
O Programa
O PNDTR existe há nove anos e foi fruto de um diálogo do
MDA com movimentos de mulheres rurais. Conforme Isolda, eles
questionavam a ausência de documentação das mulheres. “Isso
inviabilizava o acesso das mulheres às políticas publicas, especialmente
às de crédito. Então, lançamos o programa em 2004, quando foi lançado,
também, o Pronaf Mulher”, conta Isolda.
Hoje, o programa dispõe de 22 unidades móveis, ônibus
adaptados que vão até as comunidades rurais para facilitar o acesso à
emissão dos documentos. Cada unidade da Federação tem um comitê estadual
com participação de movimentos sociais, órgãos federais, estaduais e
municipais. As delegacias federais do MDA junto às superintendências do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) – autarquia
ligada ao Ministério – formam as equipes nos estados que ficam
responsáveis por organizar os cronogramas de mutirões nos assentamentos e
comunidades rurais.
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